RESUMO
Introdução: a estimulação bicameral com cabo-eletrodo único e eletrodos atriais em passagem (modo VDD) está indicada, pela simplicidade, em pacientes com bloqueios atrioventricular (BAV) total e função sinusal normal. Entretanto, sua efetividade para sentir a atividade elétrica atrial em longo prazo é questionável. Objetivo: Verificar evolução de 92 pacientes com implante de marcapasso VDD em período superior a 5 anos. Métodos: Os sistemas implantados constavam de cabo-eletrodo único com eletrodos atriais em passagem, revestimento fractal SL60 Biotronik e gerador VDD, mantido inicialmente em programação padrão. A onda P foi registrada no momento do implante (média de 2,38 maior ou menor que 1,23 mV) e na última avaliação, além de eventos durante a evolução (tempo médio de 52,05 meses). Resultado: Observou-se perda do sincronismo atrial em dez (10,87 por cento) pacientes: dois (2,17 por cento) apresentaram fibrilação atrial, cinco (5,43 por cento), perda do potencial elétrico atrial e três (3,26 por cento), deslocamento do eletrodo, requerendo reposicionamento. Em dez casos (10,87 por cento), houve necessidade de reprogramação para o modo VVI e, em um paciente (1,09 por cento), aperfeiçoamento para o modo DDD. Na última avaliação ou na avaliação final, 74 (80,43 por cento) pacientes mantinham estimulação VDD, sete (7,61 por cento) estavam em outro modo de estimulação e 11 (11,96 por cento) haviam falecido...